domingo, 2 de agosto de 2009

R.I.P.

Enquanto a tua carne esfria, tua existência se extingue em meio a preces e lágrimas
Não há luz, não há chamas e te contentas com o colorido das flores
Assusta-te teu corpo, impassível, indiferente
Revives um passado agora embaçado, surges num futuro inexistente
Em sonhos que visitas ou pesadelos que assombras
Vês-te naqueles que ficaram e desespera-te o quanto mudaram
Tomaste um formato desgraçado, cobiça, ganância
És casa, és carro, és estranhamente concreto
Voltas pra escuridão do teu lugar, escuro, distante
Porque sofres por não poder chorar, sofres por não poder tirar aqueles que sempre te amaram
Do abismo da cegueira em que estão enterrados.

Um comentário:

  1. O que foi feito, está feito. Não há como mudar. A verdadeira vida começa quando a mágoa se apaga.
    O rancor também nos deixa cegos. Deixa o passado ir e fica para viver o novo.

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